CRESCE A PROPORÇÃO DE NEGROS VÍTIMAS DE ASSASSINATO NO
PAÍS
Entre 2002 e
2010, o número de negros mortos cresceu e o de brancos, teve queda
DE BRASÍLIA
Entre 2002 e
2010, o número de negros assassinados no país cresceu e o de brancos diminuiu,
aumentando em 159% a diferença entre homicídios contra as duas raças.
Essa é uma
das conclusões de estudo apresentado ontem pela Seppir (Secretaria de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial), que lançou um plano para tentar diminuir o
problema entre os jovens, os principais alvos do crime.
O estudo não
arrisca explicação para o fenômeno, ocorrido na década em que a desigualdade de
renda atingiu o menor patamar em 30 anos.
Em 2002, a
diferença entre assassinatos contra brancos e contra negros era de 8.085. Em
2010, esse número chegou a 20.936 -daí os 159%. Entre o primeiro e o último
ano, o número de homicídios no Brasil cresceu 7%.
Em 2002,
foram mortas 26,9 mil pessoas que se declaravam pretas ou pardas. Em 2010,
foram 34,9 mil, aumento de quase 30%. Em relação aos brancos, o caminho foi
inverso: queda de mais de um quarto -18,8 mil para 14 mil.
No período,
a população negra cresceu 22% e a branca, 0,5%. Tanto o autor do estudo, Julio
Jacobo, quanto a Seppir consideram que o fato de a morte dos negros gerar menos
mobilização social ajuda a explicar o fenômeno.
O estudo usa
informações do Ministério da Saúde que, apesar de serem as únicas que usam o
quesito cor de pele, são alvos de críticas. Elas tendem a subestimar o número
de assassinatos. Principalmente porque muitas mortes resultantes de homicídios
são lançadas no sistema como "intenção indeterminada".
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, Sexta-feira, 30 de novembro de 2012, Cotidiano, C5
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