segunda-feira, 30 de novembro de 2015
sábado, 24 de outubro de 2015
sábado, 3 de outubro de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
Educação das Relações Étnico-Raciais no Brasil, publicação da UNESCO, para baixar
"Educação das relações
étnico-raciais no Brasil: trabalhando com histórias e culturas africanas e
afro-brasileiras nas salas de aula": Esta publicação traz conteúdos sobre
as histórias da África e a presença dos negros no Brasil; discute a educação e
as relações étnico-raciais no cotidiano escolar; e oferece indicações
bibliográficas e exemplos práticos de atividades inspiradoras que podem ser
desenvolvidas em sala de aula. Fruto da crença da Fundação Vale no potencial de
educadores e educadoras que, em seu fazer diário, são capazes de contribuir
efetivamente para a construção de uma sociedade mais igualitária, este material
apresenta caminhos para a superação dos desafios da discriminação racial, em
prol de uma escola mais acolhedora e mais diversa.
Organizador: Amilcar Araújo
Pereira. Brasília : Fundação Vale, 2014.
90
terça-feira, 10 de março de 2015
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Luis Gama e 12 Anos de Escravidão no vestibular da UNESP 2015
VESTIBULAR
2015 - UNESP
Prova de
Conhecimentos Específicos e Redação
Linguagens
e Códigos
15.12.2014
As questões de números 25 a 28
tomam por base um poema de Luiz Gama (1830-1882), poeta, jornalista e líder abolicionista
brasileiro, nascido livre e vendido como escravo pelo próprio pai, e um excerto
da narrativa Doze anos de escravidão, de Solomon Northup (1808-1863), homem
livre sequestrado em Washington em 1841 e submetido à escravidão em fazendas da
Louisiana, livro que serviu de base ao roteiro do filme 12 anos de escravidão, dirigido
por Steve McQueen.
No
cemitério de S. Benedito
Em lúgubre recinto escuro e frio,
Onde reina o silêncio aos mortos dado,
Entre quatro paredes descoradas,
Que o caprichoso luxo não adorna,
5 Jaz da terra
coberto humano corpo,
que escravo sucumbiu, livre nascendo!
Das hórridas cadeias desprendido,
Que só forjam sacrílegos tiranos,
Dorme o sono feliz da eternidade.
10 Não cercam a morada
lutuosa
Os salgueiros, os fúnebres ciprestes,
Nem lhe guarda os umbrais da sepultura
Pesada laje de espartano mármore,
Somente levantado em quadro negro
15 Epitáfio se lê, que
impõe silêncio!
— Descansam n’este lar caliginoso1
O mísero cativo, o desgraçado!...
Aqui não vem rasteira a vil lisonja
Os feitos decantar da tirania,
20 Nem ofuscando a luz
da sã verdade
Eleva o crime, perpetua a infâmia.
Aqui não se ergue altar ou trono d’ouro
Ao torpe mercador de carne humana.
Aqui se curva o filho respeitoso
25 Ante a lousa
materna, e o pranto em fio
Cai-lhe dos olhos revelando mudo
A história do passado. Aqui nas sombras
Da funda escuridão do horror eterno,
Dos braços de uma cruz pende o mistério,
30 Faz-se o cetro2
bordão3, andrajo a túnica,
Mendigo o rei, o potentado4 escravo!
(Primeiras trovas burlescas e outros
poemas, 2000.)
1 caliginoso: muito escuro,
tenebroso.
2 cetro: bastão de comando
usado pelos reis.
3 bordão: cajado grosso usado
como apoio ao caminhar.
4 potentado: pessoa muito
rica e poderosa.
Doze anos de escravidão
Houvera momentos em minha infeliz vida, muitos, em que o vislumbre da morte
como o fim de sofrimentos terrenos — do túmulo como um local de descanso para
um corpo cansado e alquebrado — tinha sido agradável de imaginar. Mas tal
contemplação desaparece na hora do perigo. Nenhum homem, em posse de suas
forças, consegue ficar imperturbável na presença do “rei dos horrores”. A vida
é cara a qualquer coisa viva; o verme rastejante lutará por ela. Naquele
momento, era cara para mim, escravizado e tratado tal como eu era.
Sem conseguir livrar a mão dele, novamente o peguei pelo pescoço e
dessa vez com uma empunhadura medonha que logo o fez afrouxar a mão. Tibeats
ficou enfraquecido e desmobilizado. Seu rosto, que estivera branco de paixão,
estava agora preto de asfixia. Aqueles olhos miúdos de serpente que exalavam
tanto veneno estavam agora cheios de horror — duas órbitas brancas
precipitando-se para fora.
Havia um “demônio à espreita” em meu coração que me instava a matar o
maldito cão naquele instante — a manter a pressão em seu odioso pescoço até que
o sopro de vida se fosse! Não ousava assassiná-lo, mas não ousava deixá-lo
viver. Se eu o matasse, minha vida teria de pagar pelo crime — se ele vivesse,
apenas minha vida satisfaria sua sede de vingança. Uma voz lá dentro me dizia
para fugir. Ser um andarilho nos pântanos, um fugitivo e um vagabundo sobre a
Terra, era preferível à vida que eu estava levando.
(Doze anos de
escravidão, 2014.)
25. Indique os termos que exercem a função de sujeito nas orações que
constituem os versos 24 e 29 do poema de Luiz Gama e o que há de comum nesses
versos no que se refere à posição que ocupam em relação aos respectivos predicados.
26. Tanto no poema de Luiz Gama quanto no excerto de Solomon Northup
se verifica uma mesma concepção de morte para os escravos. Explique essa
concepção comum aos dois textos e, a seguir, transcreva um verso da primeira
estrofe do poema e a frase do primeiro parágrafo do excerto que expressam essa
concepção.
27. No último parágrafo do excerto, explique por que o raciocínio de
Solomon durante a luta contra Tibeats, um de seus proprietários, corresponde a
um dilema.
28. O filme 12 anos de escravidão, considerado uma excelente obra de
arte cinematográfica pela crítica, tem seu roteiro baseado na narrativa Doze
anos de escravidão. Assistindo-se ao filme e lendo a narrativa, percebe-se, por
exemplo, a ausência no filme de algumas cenas presentes na narrativa. Esse fato
deve ser considerado uma falha do filme? Justifique sua resposta.
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