segunda-feira, 21 de julho de 2025
Trajetórias e Vivências Lei 10639
domingo, 3 de novembro de 2024
“Desafios para a valorização da herança africana no Brasil" - Redação ENEM 2024
enem2024
Exame Nacional do Ensino Médio
INSTRUÇOES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser
feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser
escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos
textos da Proposta de Redação ou do Caderno ou do Caderno de Questões terá o
número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de Linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer
das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas
escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
4.2. fugir ao lema ou não atender ao
tipo dissertativo-argumentativo:
4.3. apresentar parte do texto
deliberadamente desconectada do lema proposto:
4.4. apresentar nome, assinatura,
rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
TEXTO I
Herança - o legado de crenças,
conhecimentos, técnicas, costumes, tradições, transmitido por um grupo social
de geração para geração; cultura.
HOUAISS. A ; VILLAR. M S dicionário
Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro Objetiva. 2009 (adaptado).
TEXTO II
As culturas africanas e
afro-brasileiras foram relegadas ao campo do folclore com o propósito de confiná-las
ao gueto fossilizado da memória. Folclorizar nesse caso, é reduzir uma cultura
a um conjunto de representações estereotipadas, via de regra, alheias ao contexto
que produziu essa cultura.
OLIVEIRA, E. D A epistemologia da
ancestralidade Entrelugares revista de sociopoética e abordagens afins, 2009.
TEXTO III
TEXTO IV
História afro-brasileira nas escolas: professoras
comentam avanços e dificuldades
As aulas sobre escravidão eram motivo
de vergonha para uma professora quando ela estudava em uma escola municipal na
zona sul de São Paulo. ”Era o meu pior momento na escola", lembra a
ex-aluna, Naquela época, a história da população negra no Brasil era reduzida
ao horror do período escravocrata. Não se falava na escola sobre temas como a
história e a cultura afro-brasileira, muito menos sobre as grandes
personalidades negras do país, como Luiz Gama e Carolina Maria de Jesus.
A pedagoga, que é negra, tem orgulho
de oferecer uma experiência diferente da que viveu em sala de aula para seus
alunos. Agora os livros infantis levados para as turmas têm protagonistas
pretos. Temas como a beleza do cabelo crespo e o combate ao racismo fazem parte
do dia a dia da escola.
Disponível em: https://jornal.unesp.br. Acesso em 3 jun.
Z024 (adaptado).
TEXTO V
Histórias para ninar gente grande
G.R.E.S, Estação Primeira de Mangueira (samba-enredo de 2019)
Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500 tem mais invasão do que
descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no
retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara e de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de
Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
Disponível em: www.mangueira.com.br. Acesso em 30 maio 2024 (fragmento)
TEXTO VI
Alunos de escola municipal conhecem pontos do Rio que retratam
relação com a África
Alunos admiram grafite de Zumbi dos
Palmares na Pedra do Sal.
Disponível em www.oglobo.com. Acesso em 29 maio 2024 (adaptado)
PROPOSTA DE REDAÇAO
A partir da leitura dos textos
motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua
portuguesa sobre o tema “Desafios para a valorização da herança africana no
Brasil", apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO • 1° DIA • CADERNO 4 • VERDE
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Relações Étnico Raciais, África, Cultura Negra no Vestibular da UNICAMP - 2025
QUESTÃO 03
Originário do continente americano, o cacau pôde se difundir em regiões africanas com características naturais similares às encontradas na América do Sul, de tal modo que, na atualidade, o continente africano se tornou o maior produtor e exportador de cacau do mundo, sendo elo fundamental dos circuitos espaciais de produção, distribuição e consumo do chocolate no mundo.
Indique a principal região cacaueira do continente africano, associando-a às condições socioambientais de produção.
a) África ocidental, na costa do Golfo da Guiné, em áreas de floresta equatorial-tropical; cultivo sob forte custo ecológico e colheita manual.
b) África setentrional, na costa do
Estreito de Gibraltar, em áreas de floresta mediterrânea; cultivo com manejo
sustentável da floresta e colheita mecanizada.
c) África ocidental, na costa do
Golfo da Guiné, em áreas de floresta mediterrânea; cultivo com manejo
sustentável da floresta e colheita mecanizada.
d) África setentrional, na costa do
Estreito de Gibraltar, em áreas de floresta equatorial-tropical; cultivo sob
forte custo ecológico e colheita manual
Texto 1
The fact that so few African
Americans write science fiction is perplexing since they, in a very real sense,
inhabit a sci-fi nightmare in which unseen but no less palpable acts of
intolerance frustrate their movement; official histories undo what has been
done; and technology is too often brought to bear on black bodies. Moreover,
the sublegitimate status of science fiction in literature mirrors the subaltern
position to which blacks have been relegated throughout American history. The
notion of Afrofuturism gives rise to a troubling antinomy: can a community
whose past has been deliberately rubbed out, and whose energies have been consumed
by the search for legible traces of its history, imagine possible futures?
(Adaptado de
DERY, M. Black to the future: interviews with Samuel R. Delany, Greg Tate, and
Tricia Rose. In: ___. (Ed.) The Discourse of cyberculture. Durham; London: Duke
University Press, p. 179-222, 1994.)
QUESTÃO 18
De acordo com o texto 1, a escassez
de autores afro-americanos em obras de ficção científica representa um
a) pesadelo que retrata o apagamento
sistemático dos avanços culturais da comunidade negra.
b) protesto contra o processo de
exclusão e de subalternização dessas pessoas na sociedade.
c) movimento explícito que tem por
objetivo deslegitimar o passado e a história do movimento negro.
d) paradoxo que se deve à semelhança
entre as violências que vivem e ações retratadas nessas obras
Para responder questão 19, leia o
texto 2 e retome o texto 1.
Texto 2
“Parable of the Talents”
(Octavia E. Butler)
“To survive,
Let the past
Teach you--
Past customs,
Struggles,
Leaders and thinkers.
Let
These
Help you.
Let them inspire you,
Warn you,
Give you strength.
But beware:
God is Change.
Past is past.
What was
Cannot
Come again.
To survive,
know the past.
Let it touch you.
Then let
The past Go.”
(BUTLER, Octavia E. Parable of the
Talents. New York, Durham and London: Open Road, 1998.)
QUESTÃO 19
O texto 2 toca em um aspecto central
do afrofuturismo e reme[1]te
ao tema do questionamento do texto 1. Assim, pode-se dizer que o poema reconhece que
a) o passado pode contribuir para a
construção de futuros possíveis, mas não pode ser repetido.
b) a imaginação de futuros possíveis
está condicionada ao ensino sobre líderes religiosos do passado.
c) o apagamento do passado pode
trazer ensinamentos, mas isso não garante a criação de futuros possíveis.
d) a sobrevivência em futuros
possíveis requer que os costumes e as dores do passado sejam esquecidos.
QUESTÃO 24
Quando eu falo em adiar o fim do
mundo, não é a este mundo em colapso que estou me referindo. Este tem um
esquema tão violento que eu queria mais é que ele desaparecesse à meia noite de
hoje e que amanhã a gente acordasse em um novo. No entanto, efetivamente,
estamos atuando no sentido de uma transfiguração, desejando aquilo que o Nêgo
Bispo chama de confluências, e não essa exorbitante euforia da monocultura, que
reúne os birutas que celebram a necropolítica sobre a vida plural dos povos
deste planeta. Ao contrário do que estão fazendo, confluências evoca um
contexto de mundos diversos que podem se afetar. (...) Se o colonialismo nos
causou um dano quase irreparável foi o de afirmar que somos todos iguais.
(Adaptado de
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, p. 40-42,
2022.)
Assinale a alternativa que explicita
a crítica de Krenak à mono[1]cultura,
tal como é enunciada no excerto.
a) A monocultura praticada nos
grandes latifúndios é responsável por diversos problemas ambientais e pela necropolítica.
b) A monocultura, assim como a
imposição colonial de um modelo cultural único, se expressa na recusa da
pluralidade de povos e culturas.
c) Adiar o fim do mundo requer o
combate à monocultura na produção agrícola e a transfiguração deste mundo em
que estamos vivendo.
d) A monocultura, produtora de
violências, é resultado do colonialismo e da necropolítica
QUESTÃO 29
A figura a seguir é a reprodução de uma capa do “Boletim de Eugenia”, de onde foi extraído o excerto transcrito ao abaixo
“Em fevereiro
de 1929, a Inspetoria de Educação Sanitária e Centros de Saúde promoveram em São
Paulo o primeiro concurso de Eugenia para eleger o bebê eugênico. O Boletim de
Eugenia comentava a repercussão que o concurso teve na grande imprensa e estampava
em sua capa a criança de 3 anos que ganhou o prêmio. Os critérios de julgamento
do concurso visavam à promoção de: 'proles sadias e belas, para a organização
de um ensaio de patronagem da futura elite nacional de eugenizados; finalmente,
contribuía com preciosos elementos para estudos relativos à hereditariedade, ao
meio social e familiar, ao cruzamento de raças'.”
(Adaptado de
Boletim de Eugenia, 1(5), p.1, maio de 1929.)
Com base em
seus conhecimentos sobre o ideário eugênico e seu contexto, e tendo em vista
elementos do excerto, assinale a alternativa correta.
a) Uma criança
considerada saudável seria branca e oriunda de uma família numerosa, o que
atestaria a pureza racial da família e a superioridade reprodutiva da mulher.
b) A ideologia
do “aperfeiçoamento da raça” demandava políticas públicas para superação das
desigualdades entre negros e brancos nas grandes cidades.
c) Em sua busca
por tratamentos alternativos ao “robusteci[1]mento” do corpo e
“aperfeiçoamento racial”, a medicina eugênica opunha-se às práticas
científicas.
d) Tanto o
autoritarismo contra os pobres quanto a obrigatoriedade das vacinas criadas
pelo serviço sanitário eugênico provocaram grandes revoltas populares na década
de 1930.
QUESTÃO 30
A maioria dos países africanos
tornaram-se independentes entre 1950 e 1975. Amílcar Cabral foi uma das
lideranças que formularam projetos políticos para criar unidades nacionais no
pós-independência. Ele havia nascido na Guiné-Bissau em 1924; depois de seu
nascimento, sua família se mudou para Cabo Verde. Em 1945, obteve bolsa para
estudar em Portugal; na Europa, entrou, então, em contato com as teorias do movimento
da negritude, panafricanismo e marxismo. De volta à África em 1952, ajudou a
fundar o Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC,
1953), iniciando a luta armada contra a metrópole em 1963. Em um discurso, Cabral
afirmou: “No nosso Partido ninguém dividiu; pelo contrário, cada dia nos unimos
mais. Aqui não há papel, nem fula, nem mandinga, nem filhos de caboverdianos,
nada disso.”
(Adaptado de
MALACCO, F. Unidade nacional e unidade continental: uma discussão acerca dos
projetos políticos de Amílcar Cabral e Kwame Nkrumah. Revista Ars Historica, 17,
p. 78-100, jul/dez 2018.)
Com base no excerto, marque a
alternativa correta sobre o ideário nacional proposto por Amílcar Cabral e pelo
movimento por ele liderado.
a) Almejava, com base nas fronteiras
dos reinos africanos que existiam antes da chegada dos europeus, construir
nações independentes.
b) Buscava formar, para o
enaltecimento das identidades étnicas que antecediam o colonialismo, uma grande
unida[1]de
pan-africanista.
c) Propunha um movimento de
descolonização das culturas africanas, o qual demandava a adoção de dialetos
locais e a rejeição, como idioma nacional, das línguas europeias.
d) Defendia, para fortalecer a luta
contra a colonização e ideologia portuguesa, as unidades políticas nacionais
posiciona[1]das
acima da diversidade de etnias africanas.
QUESTÃO 45
Em “Sonhos para adiar o fim do
mundo”, o pensador Ailton Krenak conta-nos que um pajé Xavante sonhou que a
terra fi[1]caria
desolada diante da ação predatória dos homens brancos. Escreve Krenak no livro:
“Foi ali que eu atinei que tinha algo na perspectiva dos povos indígenas, em
nosso jeito de observar e pensar, que poderia abrir uma fresta de entendimento
nesse entorno que é o mundo do conhecimento. Naquele tempo eu comecei a visitar
as florestas (...) e, por todos os lados, os pajés diziam: ‘vocês precisam
tomar cuidado porque o mundo dos brancos está invadindo a nossa existência.’
Invadindo.”.
(KRENAK, A. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, p. 35-36, 2020.)
No trecho, as preocupações dos pajés
evocam
a) o trauma de variados povos
indígenas das florestas, decorrente das frestas de entendimento sobre o passado
colonial extrativista.
b) a adoção da diversidade de
perspectivas, embora os homens brancos reconheçam a falibilidade do sistema de
dominação presente.
c) a diferença de perspectivas na
relação homem-natureza, com a valorização da busca de um conhecimento não predatório.
d) a resistência indígena a partir do
sonho de que os homens brancos deixem de ameaçar a existência dos povos originários.
QUESTÃO 66
Rosana Paulino é uma artista visual
brasileira e suas obras têm foco nas questões sociais, étnicas e de gênero. A
obra a seguir foi exposta na 35ª Bienal de São Paulo (2023) e promove a
integração da arte com a natureza brasileira, retratando um importante
ecossistema costeiro
(Adaptado de
https://www.rosanapaulino.com.br/blank-5. Acesso em 02/04/2024.)
Tendo em vista seus conhecimentos
sobre biologia e considerando a obra apresentada, é correto afirmar que
a) as árvores com raízes expostas
representam a vegetação halófita característica de áreas alagadiças dos
manguezais, sendo o solo úmido, salino, pobre em oxigênio e rico em nutrientes.
b) os caranguejos são crustáceos e
constituem a base de uma extensa cadeia alimentar, característica de áreas
lodosas das restingas, com solo arenoso, pobre em nutrientes e em oxigênio.
c) as árvores com raízes aéreas
representam a vegetação xerófita característica de áreas lodosas das restingas,
sendo o solo arenoso, salobre, rico em carbono e em matéria orgânica.
d) os caranguejos são moluscos
característicos de áreas alagadiças dos manguezais, habitam o solo úmido e
salino, se alimentam da matéria orgânica em decomposição e de uma variedade de
pequenos animais.com a valorização da busca de um conhecimento não predatório.
GABARITO OFICIAL CONVEST
PROVA Q/Z
03. A
18. D
19. A
24. B
29. A
30. D
45. C
66. A
pretuguês - Rosana Paulino
Rosana Paulino é uma artista visual brasileira e suas obras têm foco nas questões sociais, étnicas e de gênero
Bandeira criada para o Museu de Arte do Rio (MAR) inspirada pelo conceito de “Pretuguês” da filósofa Lélia Gonzalez. O hasteamento da bandeira aconteceu no 27 de outubro de 2022, antes de uma conversa entre a artista e a escritora Ana Maria Gonçalves, autora de
Um Defeito de Cor
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
Afoxé Ylê Ogum
O Bloco de Afoxé Ylê Ogum foi fundado na primeira metade da década de 1980, na região sul da cidade de Campinas - SP, reunindo membros da comunidade negra, artistas populares, sambistas, batuqueiros, capoeiristas. Neste ano de 2024, no sábado, 03 de fevereiro, tivemos o desfile e cortejo do Bloco pelas ruas, vielas, becos das comunidades da Vila Ypê, Vila Georgina e Jardim das Oliveiras, desta forma, o Afoxé Ylê Ogum participou dos desfiles que marcaram a abertura do carnaval de rua na cidade de Campinas em 2024.
AFOXÉ
Cortejo carnavalesco de adeptos
da tradição dos orixás, outrora também chamado "candomblé de rua". O
termo se origina no iorubá àfose ("encantação"; "palavra eficaz,
operante") e corresponde ao afro-cubano afoché, cujo significado seria
"pó mágico"; "enfeitiçar com pó", "jogar um
atim*". E assim se explica a origem histórica do termo: os antigos afoxés
procuravam "encantar" os concorrentes. Surgidos em Salvador, BA, em
1895, os afoxés experimentaram um período de vitalidade até o final década, e
entraram em declínio no término dos anos de 1920. O mais famoso foi o Pândegos d’
África, que só perdeu em popularidade para o Filhos de Gandhi*, surgido na
década de 1940, e que aos poucos perdeu o caráter de "pândega", farra
de rapazes, para adotar uma postura quase solene. No Rio de Janeiro, a história
do carnaval registra a existência de um afoxé de cunho satírico, fundado em
1900 na Pedra do Sal* pelos baianos João Câncio, Rordão e Salu. O séquito era
encabeçado por um obá, seguido por dignitários com títulos de origem iorubana
como acapó*, baxorum* e ibiquejiobá, e cantavam-se toadas em língua africana. O
símbolo do grupo e do "poder" do obá era um garrafão de vinho
gigantesco, o que remete ao babalotim*, boneco que até hoje é levado à frente
do afoxé, e cujo nome consiste no abrasileiramento de uma expressão em iorubá
que significa "pai, dono da cachaça". Entre os afoxés baianos da
década de 1940, conta-se, curiosamente, um, fotografado por Pierre Verger,
denominado "Filhos do Congo", sinal banto* numa manifestação
tipicamente iorubana.
Nome usado para designar, em São
Paulo, uma espécie de chocalho de cabo da tradição afro-brasileira, semelhante
ao xequeré*. o termo parece ser corruptela de afoxé*, cortejo em cuja orquestra
o xequeré tem papel fundamental.
IJEXÁ.
Urna das "nações" da
tradição brasileira dos orixás. Por extensão, ritmo das danças de Oxum e
Logun-Edé, orixás ijexás, e dos cortejos dos afoxés e do presente das águas*.
Em Cuba, a tradição ijexá (iyesa) se faz presente de forma bastante expressiva
na música ritual. Nesta, a orquestra de tambores, à qual se agregam dois agogôs
e um güiro, compõe-se de quatro instrumentos sagrados, conhecidos genericamente
por anã. São de forma cilíndrica e feitos de troncos de cedro ocados a mão.
Bimembranófonos e encourados com pele de cabrito, são tensionados por meio de
cordões de fibra vegetal enlaçados em movimento de ziguezague, como os ilus
brasileiros (Ver Ilu). Denominam-se caja, segundo, tercero e bajo e se
percutem, em geral, com baquetas de pau de goiabeira. Os vocábulos ijexá e
iyesa originam-se no etnônimo ljèsà, subdivisão a etnia lorubá, que tem por
capital a cidade nigeriana de Ilésà e cujo ancestral é Óbokún.
terça-feira, 18 de julho de 2023
Coragem com Elza Soares
Coragem
Canção
de Elza Soares
Quem
me vê forte
Não
sabe que eu já fui fraca
Quem
me vê sorrindo
Não
sabe que eu já chorei
Eu
nasci pobre, preta, da cor da noite
Acostumada
a ver meus ancestrais
Sofrerem
no açoite
Se
quem cala consente
A
minha boca vai continuar
Sendo
uma arma letal
Contra
o abuso de poder
Pra
gente sair
Da
página policial
Se
você é preto
Não
se iluda, meu bem
Entre
eles e nós
A
lei protege quem?
Se
você é preto
Coragem,
meu bem
Porque
o medo da morte
Leva
a vida também
Quem
me vê forte
Não
sabe que eu já fui fraca
Quem
me vê sorrindo
Não
sabe que eu já chorei
Eu
nasci pobre, preta, da cor da noite
Acostumada
a ver meus ancestrais
Sofrerem
no açoite
Se
quem cala consente
A
minha boca vai continuar
Sendo
uma arma letal
Contra
o abuso de poder
Pra
gente sair
Da
página policial
Se
você é preto
Não
se iluda, meu bem
Entre
eles e nós
A
lei protege quem?
Se
você é preto
Coragem,
meu bem
Porque
o medo da morte
Leva
a vida também
Se
você é preto
Não
se iluda, meu bem
Entre
eles e nós
A
lei protege quem?
Se
você é preto
Coragem,
meu bem
Porque
o medo da morte
Leva
a vida também
É...
Lá,
lá, lá, lá, lá, lá, lá, laralaralara
quarta-feira, 12 de julho de 2023
Rainha Africana - Elza Soares
Rainha Africana
Rita Lee e Elza Soares
Cara
Olha bem pra
minha cara
Veja em mim
uma mulher
Que passou
por muita dor
Mesmo assim
aqui estou
Soltando a
minha voz
Minha raça,
minha cor
Sendo uma
guerreira
Que passou a
vida inteira
Vista como
nega maluca
Uma preta
lelé da cuca
Eis-me aqui
Rainha
Africana
Brazuca
sul-americana
Poderosa no
meu trono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Cara
Olha bem pra
minha cara
Veja em mim
uma mulher
Que passou
por muita dor
Mesmo assim
aqui estou
Soltando a
minha voz
Minha raça,
minha cor
Sendo uma
guerreira
Que passou a
vida inteira
Vista como
nega maluca
Uma preta
lelé da cuca
Eis-me aqui
Rainha
africana
Brazuca
sul-americana
Poderosa no
meu trono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eis-me aqui
Rainha
africana
Brazuca
sul-americana
Poderosa no
meu trono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
Eu não tenho
dono
África Ocidental
África Ocidental
Ao oeste, é porção mais ocidental do continente africano, A região
representa a confluência dos principais biomas africanos, que estão localizados
bem próximos um dos outros nesta região, distribuídos de norte para o sul
abrangendo áreas do deserto (extremo sul do Saara), Estepes (Sahel), Savanas e
Florestas. Importantes bacias hidrográficas se localizam na região, com
destaque para rios Níger, Senegal, Volta e Gâmbia, entre outros. Esses recursos
hídricos foram fundamentais para o desenvolvimento da prática da agricultura na
região. Quase todos os rios desaguam no Oceano Atlântico, a região possui um
vasto litoral, com estuários, baias, golfos, temos a impressão que a África
avança sobre o oceano Atlântico procurando se aproximar das terras do outro
lado do oceano.
A África Ocidental é denominada nas narrativas históricas de Sudão
Ocidental, provavelmente a sua ocupação remonta o fim da pré-história, por
ondas migratórias vindas do leste da África (Sudão). Portanto, os povos que
habitam essa região foram chamados genericamente de Sudaneses, designação arbitrária dada aos povos africanos
localizados a oeste, entre o Saara e Camarões, povos que viviam ao sul do
Deserto do Saara.
Na África Ocidental pode ser caracterizada por uma grande diversidade
cultural, com a ocorrência centenas de etnias, como, por exemplo, os: jalofos,
tucolores, soninquês, mandingas, songais, fulas, sereres, bambaras, beafadas,
banhuns, acâs, acuamos, fons, doameanos, fantes, hauçás, nupes, igalas,
baribas, ijós, ibibios, ibos, itsequiris, evé, edos, benis, oiós, iorubas. Muitas
dessas etnias constituíram prósperas civilizações e se organizaram em
diferentes formas de organizações políticas como Impérios, Reinos,
Cidades-Estados, regiões autônomas.
Entre as grandes formações políticas do passado da região temos o Império
de Gana (séculos VIII ao XIII), Império do Mali (séculos XIII e XV) e Império
do Songhai (séculos XV e XVI).
A África Ocidental foi a primeira região da África subsaariana a conviver
com a presença europeia, a partir da expansão marítima e comercial, na
transição da Idade Média para Idade Moderna, vários produtos da região como
ouro, marfim, madeira, sal, pele de animais, entre outros, passaram a fazer
parte do comércio, e à medida que a colonização da América avançava, passa a
ser uma das mais importantes regiões fornecedoras de mão-de-obra escravizada ao
longo de toda a Idade Moderna até meados do século XIX.
Portugal foi a primeira potência mercantil europeia entrar em contato com
a região já em meados do século XV, estabelecendo feitorias/fortalezas ao longo
deste litoral, como é o caso do São Jorge da Mina, em Gana, no final do século
XVI e principalmente no século XVII, Portugal começa a dividir a sua influência
com outras potências marítimo-comerciais como a Espanha, Holanda, França e
Inglaterra que passam integrar o lucrativo comércio com a África,
particularmente o tráfico de escravizados para as colônias americanas.
A África Ocidental durante a etapa do capitalismo monopolista, em meados
do século XIX, com o avanço da partilha da África e com raríssimas exceções (Guiné-Bissau,
Libéria e Togo) a região passou a ser totalmente controlada pelo
Imperialismo/Neocolonialismo britânico e francês, permanecendo sob esse domínio
até a segunda metade do século XX, quando temos o inicio do processo de
descolonização e independência da maioria dos países da região.
Na atualidade integram a região da África ocidental os seguintes países: Benim,
Burquina Fasso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau,
Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
A geografia e a história da África Ocidental merecem uma atenção especial
dos professores brasileiros, os povos e culturas originárias dessa área foram
extremamente importantes para a formação da identidade afro-brasileira. Várias
tecnologias milenares como a agricultura e pecuária tropical, mineração,
cerâmica, artesanato, vários saberes, conhecimentos, técnicas além de
diferentes formas de religiosidades foram levadas para o Brasil. A África
Ocidental já foi chamada de costa dos escravos, dada a importância da região no
tráfico transatlântico, essa foi a segunda maior região fornecedora de
mão-de-obra escravizada para o Brasil.