quarta-feira, 12 de julho de 2023

África Ocidental

 

África Ocidental



 

Ao oeste, é porção mais ocidental do continente africano, A região representa a confluência dos principais biomas africanos, que estão localizados bem próximos um dos outros nesta região, distribuídos de norte para o sul abrangendo áreas do deserto (extremo sul do Saara), Estepes (Sahel), Savanas e Florestas. Importantes bacias hidrográficas se localizam na região, com destaque para rios Níger, Senegal, Volta e Gâmbia, entre outros. Esses recursos hídricos foram fundamentais para o desenvolvimento da prática da agricultura na região. Quase todos os rios desaguam no Oceano Atlântico, a região possui um vasto litoral, com estuários, baias, golfos, temos a impressão que a África avança sobre o oceano Atlântico procurando se aproximar das terras do outro lado do oceano.

 




A África Ocidental é denominada nas narrativas históricas de Sudão Ocidental, provavelmente a sua ocupação remonta o fim da pré-história, por ondas migratórias vindas do leste da África (Sudão). Portanto, os povos que habitam essa região foram chamados genericamente de Sudaneses, designação arbitrária dada aos povos africanos localizados a oeste, entre o Saara e Camarões, povos que viviam ao sul do Deserto do Saara.

 

Na África Ocidental pode ser caracterizada por uma grande diversidade cultural, com a ocorrência centenas de etnias, como, por exemplo, os: jalofos, tucolores, soninquês, mandingas, songais, fulas, sereres, bambaras, beafadas, banhuns, acâs, acuamos, fons, doameanos, fantes, hauçás, nupes, igalas, baribas, ijós, ibibios, ibos, itsequiris, evé, edos, benis, oiós, iorubas. Muitas dessas etnias constituíram prósperas civilizações e se organizaram em diferentes formas de organizações políticas como Impérios, Reinos, Cidades-Estados, regiões autônomas.

 


Entre as grandes formações políticas do passado da região temos o Império de Gana (séculos VIII ao XIII), Império do Mali (séculos XIII e XV) e Império do Songhai (séculos XV e XVI).

 

A África Ocidental foi a primeira região da África subsaariana a conviver com a presença europeia, a partir da expansão marítima e comercial, na transição da Idade Média para Idade Moderna, vários produtos da região como ouro, marfim, madeira, sal, pele de animais, entre outros, passaram a fazer parte do comércio, e à medida que a colonização da América avançava, passa a ser uma das mais importantes regiões fornecedoras de mão-de-obra escravizada ao longo de toda a Idade Moderna até meados do século XIX.

 

Portugal foi a primeira potência mercantil europeia entrar em contato com a região já em meados do século XV, estabelecendo feitorias/fortalezas ao longo deste litoral, como é o caso do São Jorge da Mina, em Gana, no final do século XVI e principalmente no século XVII, Portugal começa a dividir a sua influência com outras potências marítimo-comerciais como a Espanha, Holanda, França e Inglaterra que passam integrar o lucrativo comércio com a África, particularmente o tráfico de escravizados para as colônias americanas.

 

A África Ocidental durante a etapa do capitalismo monopolista, em meados do século XIX, com o avanço da partilha da África e com raríssimas exceções (Guiné-Bissau, Libéria e Togo) a região passou a ser totalmente controlada pelo Imperialismo/Neocolonialismo britânico e francês, permanecendo sob esse domínio até a segunda metade do século XX, quando temos o inicio do processo de descolonização e independência da maioria dos países da região.

 

Na atualidade integram a região da África ocidental os seguintes países: Benim, Burquina Fasso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

 



A geografia e a história da África Ocidental merecem uma atenção especial dos professores brasileiros, os povos e culturas originárias dessa área foram extremamente importantes para a formação da identidade afro-brasileira. Várias tecnologias milenares como a agricultura e pecuária tropical, mineração, cerâmica, artesanato, vários saberes, conhecimentos, técnicas além de diferentes formas de religiosidades foram levadas para o Brasil. A África Ocidental já foi chamada de costa dos escravos, dada a importância da região no tráfico transatlântico, essa foi a segunda maior região fornecedora de mão-de-obra escravizada para o Brasil.













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