África Ocidental
Ao oeste, é porção mais ocidental do continente africano, A região
representa a confluência dos principais biomas africanos, que estão localizados
bem próximos um dos outros nesta região, distribuídos de norte para o sul
abrangendo áreas do deserto (extremo sul do Saara), Estepes (Sahel), Savanas e
Florestas. Importantes bacias hidrográficas se localizam na região, com
destaque para rios Níger, Senegal, Volta e Gâmbia, entre outros. Esses recursos
hídricos foram fundamentais para o desenvolvimento da prática da agricultura na
região. Quase todos os rios desaguam no Oceano Atlântico, a região possui um
vasto litoral, com estuários, baias, golfos, temos a impressão que a África
avança sobre o oceano Atlântico procurando se aproximar das terras do outro
lado do oceano.
A África Ocidental é denominada nas narrativas históricas de Sudão
Ocidental, provavelmente a sua ocupação remonta o fim da pré-história, por
ondas migratórias vindas do leste da África (Sudão). Portanto, os povos que
habitam essa região foram chamados genericamente de Sudaneses, designação arbitrária dada aos povos africanos
localizados a oeste, entre o Saara e Camarões, povos que viviam ao sul do
Deserto do Saara.
Na África Ocidental pode ser caracterizada por uma grande diversidade
cultural, com a ocorrência centenas de etnias, como, por exemplo, os: jalofos,
tucolores, soninquês, mandingas, songais, fulas, sereres, bambaras, beafadas,
banhuns, acâs, acuamos, fons, doameanos, fantes, hauçás, nupes, igalas,
baribas, ijós, ibibios, ibos, itsequiris, evé, edos, benis, oiós, iorubas. Muitas
dessas etnias constituíram prósperas civilizações e se organizaram em
diferentes formas de organizações políticas como Impérios, Reinos,
Cidades-Estados, regiões autônomas.
Entre as grandes formações políticas do passado da região temos o Império
de Gana (séculos VIII ao XIII), Império do Mali (séculos XIII e XV) e Império
do Songhai (séculos XV e XVI).
A África Ocidental foi a primeira região da África subsaariana a conviver
com a presença europeia, a partir da expansão marítima e comercial, na
transição da Idade Média para Idade Moderna, vários produtos da região como
ouro, marfim, madeira, sal, pele de animais, entre outros, passaram a fazer
parte do comércio, e à medida que a colonização da América avançava, passa a
ser uma das mais importantes regiões fornecedoras de mão-de-obra escravizada ao
longo de toda a Idade Moderna até meados do século XIX.
Portugal foi a primeira potência mercantil europeia entrar em contato com
a região já em meados do século XV, estabelecendo feitorias/fortalezas ao longo
deste litoral, como é o caso do São Jorge da Mina, em Gana, no final do século
XVI e principalmente no século XVII, Portugal começa a dividir a sua influência
com outras potências marítimo-comerciais como a Espanha, Holanda, França e
Inglaterra que passam integrar o lucrativo comércio com a África,
particularmente o tráfico de escravizados para as colônias americanas.
A África Ocidental durante a etapa do capitalismo monopolista, em meados
do século XIX, com o avanço da partilha da África e com raríssimas exceções (Guiné-Bissau,
Libéria e Togo) a região passou a ser totalmente controlada pelo
Imperialismo/Neocolonialismo britânico e francês, permanecendo sob esse domínio
até a segunda metade do século XX, quando temos o inicio do processo de
descolonização e independência da maioria dos países da região.
Na atualidade integram a região da África ocidental os seguintes países: Benim,
Burquina Fasso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau,
Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
A geografia e a história da África Ocidental merecem uma atenção especial
dos professores brasileiros, os povos e culturas originárias dessa área foram
extremamente importantes para a formação da identidade afro-brasileira. Várias
tecnologias milenares como a agricultura e pecuária tropical, mineração,
cerâmica, artesanato, vários saberes, conhecimentos, técnicas além de
diferentes formas de religiosidades foram levadas para o Brasil. A África
Ocidental já foi chamada de costa dos escravos, dada a importância da região no
tráfico transatlântico, essa foi a segunda maior região fornecedora de
mão-de-obra escravizada para o Brasil.