O Neinb (Núcleo de Estudos
Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro) irá realizar no dia 18 de maio,
nas dependências da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), no Campus
"Cidade Universitária" (Butantã) , o ciclo de debates sobre os 10 anos
de vigor da lei que instituiu no currículo da Rede de Ensino brasileira, a
obrigatoriedade do tema "História e Cultura Afro-Brasileira". O
evento inclui a apresentação de trabalhos realizados no NEINB sobre Cultura
Afro-Brasileira e contará com um ateliê de Práticas Pedagógicas, com base na
Lei 10639/03, elaborado por especialistas.
LOCAL: UERJ, CAMPUS MARACANÃ -
RIO DE JANEIRO - RJ Estão abertas as inscrições para o III Curso de Extensão
História e Cultura Negra! Valor: GRATUITO... Público alvo: Estudantes de
Licenciatura e Professores da Educação Básica. OBJETIVO: Fomentar espaços de
formação sobre a história e cultura negra a fim de contribuir para construção
de práticas educativas amparadas no respeito à diferença e na valorização da
diversidade. Sexta (10/05/2013) 18h Conferência de Abertura com o Prof.º. Dr.º.
Lívio Sansone e Lançamento de Livros! Local: UERJ, 11º andar, auditório 113.
Período do Curso: 11/05/2013 A 29/06/2013 AULA AOS SÁBADOS (09H AS 13H30)
LOCAL: UERJ, CAMPUS MARACANÃ. INSCRIÇÕES ATÉ O DIA 06/05/2013
Todo ano, as tempestades de areia fazem com que o deserto do Saara
avance 48 quilômetros, que hoje, já corresponde a 10% do território africano. A
Grande Muralha Verde é um projeto internacional que prevê a construção de uma
floresta de proporções épicas que atravessa o continente para impedir o avanço
do deserto.
Já ouviu falar da Muralha da China? Imagine plantar uma área verde com
os mesmos sete mil quilometro de extensão, e ainda por cima com 15 quilômetros
de largura. É esse o objetivo final do
projeto que construirá de uma espécie de barreira de árvores na região do
Sahel, um cinto de terra seca entre o Saara e a floresta tropical africana.
Países Africanos da região do Sahel: Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, Eritreia, Djibuti, Somália
Desenvolvido pela União Africana, o projeto foi aprovado em 2005 e
está sendo promovido pelos 11 países que fazem fronteira com o Sahel. O
trabalho se intensificou em 2010, mas a primeira semente foi plantada em 2008,
no Senegal, que hoje já tem diversas áreas compostas por tapetes verdes e
árvores com até cinco metros de altura (vídeo).
Como a iniciativa pode impedir a desertificação? A resposta está na
biodiversidade das espécies. Como cada espécie usa algo diferente do solo, o
florestamento tenta combinar diferentes espécies na mesma área, fazendo com que
outras que dependem das já plantadas possam surgir naturalmente. De Dakar até
Djibouti, os semeadores são todos voluntários e realizam o trabalho durante seu
tempo livre.
A intenção da Grande Muralha Verde não é somente impedir a
desertificação. Por exemplo, no Senegal, o projeto também criou algumas
plantações de frutas e grãos para o benefício da população local. Segundo os responsáveis pelo projeto no país,
o acesso à comida fresca vem diminuindo os índices de doença da região, além de
estar gerando renda para a população tradicional, que está comercializando os
frutos.
Muralha verde
Às margens do Saara, projeto de reflorestamento e cultivo tocado por
20 países africanos tenta evitar o aumento da desertificação; mesmo assim,
famílias ainda lutam para obter água para consumo e plantio
JERONIMO GIORGI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO SENEGAL
Antes de o sol começar a esquentar as terras da faixa ao sul do
deserto do Saara conhecida como Sahel, duas dezenas de mulheres da aldeia de
Widou, no norte do Senegal, regam a horta cujas frutas e verduras alimentam a população
local.
"Além de hortaliças, temos batatas, cenouras e melões",
explica Haira, 52, uma das 45 mulheres que, em 2008, criaram a horta.
É um pequeno terreno que, visto do céu, forma uma mancha verde --um
dos primeiros pedaços da "Grande Muralha Verde", barreira vegetal que
se estenderá por 7.000 km, do Senegal ao Djibuti, e é parte de um plano
conjunto de 20 países africanos contra a desertificação.
De seu escritório em Dacar, capital do Senegal, o diretor da agência
nacional que cuida do projeto, Matar Cisse, afirma que "desde os anos 70,
chove cada vez menos".
As secas que assolam essa parte do planeta estão se tornando cada vez
mais frequentes, a vegetação foi se extinguindo, o preço dos alimentos disparou
e o acesso à água requer que os pastores percorram distâncias grandes.
Por isso, a cada ano desde 2008, além dessas pequenas hortas, no
Senegal são reflorestados lotes de 5.000 hectares, parte dos 545 km que a
"muralha" terá no país.
OÁSIS
Widou, na fronteira com a Mauritânia, é uma das aldeias em torno das
quais o projeto é estruturado.
Por mais de meio século, esse pequeno oásis vem sendo um manancial de
vida para os pastores da região.
A cada dia, centenas de carroças puxadas por mulas conduzem milhares
de reses e cabras ao enorme tanque do oásis, em busca de água.
Mas desde 2008, Widou também abriga a sede do projeto da Grande
Muralha Verde no Senegal. Lá, até o mês de abril, um grupo semeará milhares de
sementes que, em agosto, quando a terra tiver sido umedecida pela chuva,
gerarão pequenas plantas.
Então, chegarão picapes repletas de voluntários de todo o país para
transplantar as árvores jovens a novos terrenos. Durante um mês, centenas de
jovens trabalharão desde o raiar do dia para prestar sua pequena colaboração à
construção da "muralha".
"Há uma temporada só de cultivo por ano, e não há como avançar
mais rápido", afirma Papa Sarr, diretor técnico do projeto.
Ainda que a falta de chuva não prejudique as espécies autóctones
cultivadas, como as acácias, a seca impede o crescimento de pastagens, e o gado
termina se alimentando das árvores.
Por isso, os terrenos reflorestados ficam cercados por cinco anos,
mesmo que os pastores estejam autorizados a obter pastagem para alimentar seus
animais.
"Antes chovia mais, havia mais árvores e mais comida",
recorda o irmão de Haira, encarregado dos animais.
Até uma década atrás, a família criava 200 cabras, mas apesar de conduzirem
seu rebanho a cada ano às terras mais generosas do sul, a falta de pastagens
destruiu a maioria dos animais.
Todas as manhãs, antes de o sol nascer, Haira percorre as arenosas
passagens de Widou com seus burros e vai ao tanque carregá-los com 12 galões de
água.
Assim, mata a sede de suas seis ovelhas e prepara a comida para
alimentar seus dois filhos.
"Tem sido assim minha vida toda", ela diz, sentada no piso
de terra de sua casa de um cômodo. "Mas nos últimos anos o aumento nos
preços da comida nos dificultou a vida ainda mais".
DISPUTA PELA ÁGUA
Ano a ano a desertificação aumenta, e com ela as ondas de fome. Por
isso, "se bem que essa iniciativa vise a preservar a diversidade
biológica, ela representa acima de tudo uma luta contra a fome", afirma
Axel Ducorneau, diretor da Observatório OHM, uma consultoria que estuda o
impacto do projeto.
Apesar disso, a maior dificuldade "é o conflito com a população
pela água", afirma. Além da falta de estradas, encanamentos, equipamento e
pessoal, os dirigentes do projeto precisam lidar com a população local, que
nunca teve de compartilhar seu bem mais precioso e está acostumada "a
viver o dia a dia, sem pensar no futuro".
O grande desafio da Grande Muralha Verde é conscientizar a população
sobre os benefícios do projeto para o futuro. "Temos que mudar sua forma
de pensar, mas o interesse precisa vir deles", diz Ducorneau.
O conceito de uma "muralha" representa uma forma de
entusiasmar as pessoas e vender a ideia, admite. Mas ainda que "vá haver
certa continuidade, não há como cultivar uma faixa contínua que atravesse o
continente".
"Decapitação" de estátua de Iemanjá causa
revolta na Paraíba
REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO
Para autoridades paraibanas,
não passou de vandalismo. Militantes dos direitos humanos e do movimento negro
dizem que foi um ato de intolerância religiosa.
O fato é que a estátua de Iemanjá que fica na praça de mesmo nome
na praia turística do Cabo Branco, em João Pessoa, amanheceu
"decapitada" no início da semana.
A cabeça foi colocada no chão, ao lado da imagem de concreto, que
tem cerca de 2,5 metros e quase 20 anos. "Foi intolerância. Estamos
tristes e indignados. Por que decapitar e deixar a cabeça certinha no
chão?", diz mãe Renilda, presidente da federação de cultos
afro-brasileiros da Paraíba.
O episódio levou o Conselho Estadual dos Direitos Humanos, presidido
por um padre, a publicar nota de repúdio contra o "desrespeito à
diversidade religiosa".
Para amanhã, está marcado um ato em frente à estátua, às 9h, por
respeito às religiões e mais segurança.
"Não quero acreditar que tenha sido por intolerância. Não
temos nada que prove isso ainda", afirma Fernando Milanez Neto, chefe da
Coordenadoria do Patrimônio Cultural da prefeitura. Ele diz que a estátua foi
consertada